A partir do próximo ano, as provas do Enem (Exame Nacional do Ensino
Médio) serão elaboradas numa espécie de caixa-forte montada na nova sede
do Inep, órgão do Ministério da Educação responsável pelo exame.
A intenção é que o espaço, com alta segurança e vigilância reforçada, ocupe um dos pavimentos do edifício.
Ali será analisado o conteúdo do Banco Nacional de Itens, que reúne
questões dos exames sob comando do instituto, como Revalida, Prova
Brasil, Celpe-bras (exame de proficiência em português) e o Enem.
Principal porta de entrada nas universidades federais, o Enem passou por
falhas de segurança no passado: em 2009, a prova foi furtada da gráfica
que a imprimia.
Em 2011, alunos de um colégio particular em Fortaleza receberam, antes do exame, material com questões que caíram na prova.
As questões da prova são elaboradas em instituições públicas de ensino
superior e encaminhadas por um sistema eletrônico a Brasília, onde são
revisadas por especialistas, que montam o exame.
No ano passado, o órgão já havia reforçado a segurança na aplicação do
Enem, instalando lacres eletrônicos em parte dos malotes das provas.
Neste ano, o dispositivo será usado em todos os pacotes.
Ao todo, serão 21 salas de trabalho com capacidade para até dez pessoas,
cujo acesso será permitido após rigorosa triagem. Todo o espaço,
estimado em 988 m², estará sob vigilância de 101 câmeras de circuito
interno.
"O ambiente físico integrado para proteção de informações sigilosas
deverá controlar o acesso dos usuários com tecnologia biométrica
digital, scanner humano, porta eclusa, sistema de monitoramento de
imagens e de um sistema integrado de CFTV [circuito fechado de TV]",
afirma edital de licitação para construção do espaço.
Segundo o presidente do Inep, Luiz Claudio Costa, a sede atual possui
duas salas de modelo semelhante, que "atendem com limitação" as
necessidades do órgão.
O objetivo do novo espaço, afirma, é engordar o banco de itens de forma
mais rápida. "Se eu puder trabalhar ao mesmo tempo [as questões de
diferentes provas], posso otimizar minha produção de itens", afirmou.
De acordo com Costa, com a estrutura atual é necessário estabelecer
quase um "calendário rotativo", em que os revisores das questões têm que
se alternar no mesmo espaço.
As propostas das empresas interessadas em participar do processo
começarão a ser analisadas na próxima semana. A expectativa do Inep é
que o complexo custe R$ 15,2 milhões e esteja funcionando a partir de
março de 2014.
Fonte: Ministério da Educação
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